sábado, 28 de fevereiro de 2009

ASSESSOR DO DEP LUIZ CARLOS HAULY É SUSPEITO DE VAZAR DOCUMENTOS DA ITAIPU

Cópias de documentos da contabilidade que a Itaipu Binacional enviou à Câmaras dos Deputados sob sigilo foram encontradas dentro da mala que a Polícia Federal apreendeu, anteontem, quando prendeu o ex-funcionário da empresa Laércio Pedroso, no aeroporto de Curitiba.

Folha apurou que as suspeitas de vazamento recaem sobre o chefe-de-gabinete do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Amauri Escudero Martins.

A mala apreendida tinha acabado de passar por despacho no check in da TAM, em nome de Amauri Escudero. O assessor de Hauly se encontrou com Pedroso antes da prisão do ex-funcionário da Itaipu. Escudero não foi detido, mas a PF reteve sua bagagem pessoal junto com a mala de Pedroso.

Folha apurou que, em meio aos 64 kg de papéis que Pedroso despachou pelo assessor parlamentar, a PF encontrou pastas de documentos originais que Pedroso é suspeito de retirar da Itaipu quando deixou a empresa, em 1992. À época, o furto foi denunciado à polícia pela direção da binacional.

As cópias de informações recentes da Itaipu encontradas na mala de Pedroso podem render ao assessor de Hauly uma investigação por suspeita de quebra de sigilo funcional. A direção da Itaipu informou que os documentos foram liberados por requisição parlamentar do deputado tucano à mesa diretora da Câmara. A PF diz que Escudero teve acesso a todos eles.

Pedroso e mais cinco suspeitos foram presos temporariamente pela operação "Castores'', da PF, sob acusação de integrarem um esquema que aplicava golpes em estatais hidrelétricas cobrando supostos resíduos financeiros por serviços dos fornecedores. Os documentos roubados na Itaipu seriam a base para o processo de cobrança.

Os detidos temporariamente na operação estão sendo ouvidos em Curitiba, pelo delegado Fernando Franscischini. A movimentação bancária dos últimos cinco anos do assessor comissionado do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) José Roberto Paquier é uma parte do material à espera de análise da equipe de Francischini. A quebra do sigilo bancário de Paquier inclui o tempo em que ele assessorou a Comissão de Orçamento da Câmara.

Paquier é suspeito de indicar uma empresa para intermediar, em favor da empresa de equipamentos hidrelétricos Alstom, a cobrança de suposto resíduo financeiro por fornecimento à Eletronorte. As escutas revelaram triangulação combinada com o executivo da Alstom Osvaldo Panzarini, também preso. Furnas e Eletrosul também seriam alvos do esquema.

Dinheiro vivo

Na sede da transportadora Della Volpe, em São Paulo, a PF recolheu uma mala contendo R$ 120 mil, em notas. Escutas telefônicas de conversas entre Pedroso, o diretor José Della Volpe e outros envolvidos indicavam, segundo a PF, que haveria o pagamento de propina a um funcionário da Itaipu, não identificado, nos próximos dias. A transportadora era prestadora de serviços à binacional. Seu diretor também está preso.

Estão detidos ainda o sócio de Pedroso na CCA, empresa de consultoria e assessoria, Luís Geraldo Tourinho Costa, e o funcionário Della Volpe --e suposto intermediário do esquema-- Luís Carlos Dias da Silveira Franco.

 

TIREM SUAS CONCLUSOES CAROS LEITORES....

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